quarta-feira, 6 de junho de 2012

Perdão.


Tudo apagou.

A escuridão chegou.
O mundo cegou.
e o amor, esfriou.


Caminhando perdido em sombras, o rapaz se pergunta
"Haveria chance para dizer o que ele queria? Haveria chance para fazer o que ele faria?"
Ele não sabia. No fundo, pra ele pareceu tudo perdido... E por mais constelações que um mundo possa ter, no mundo desse homem, quando uma estrela se apagava, a escuridão caia em seu mundo.

E ainda perdido em sombras, o rapaz se pergunta
"Por que a estrela apagou? Teria eu cuidado mais de uma estrela do que de outra? Teria eu descuidado mais de uma do que de outra?"

- Não... - ele quis se convencer. Não havia feito nada de errado, ele sabia - Não fiz nada de errado...

Mas a tristeza o consumia. Ver aquela estrela apagada, justamente aquela estrela que ele gostava TANTO o deixava triste, desamparado. O que ele, um mero cuidador de estrelas, poderia fazer?
E de repente, um clarão surgiu. Iluminou tudo por perto e tornou a escurecer. Era o suficiente, sua cabeça tinha  sido iluminada e a ideia, nasceu.

Voou até uma galáxia, ali perto de onde estava. Era púrpura e tão brilhante quanto qualquer ametista que a Terra já poderia ter visto. Pegou um balde bem cheio daquilo e jogou no escuro. Esparramou com a mão e lembrou de como se divertia vendo aquela estrela se divertir.

Com uma estrela vermelha, ainda nova, salpicou pintinhas vermelhas aqui e ali naquela profusão de cores cósmicas. Ele viu as cores voltando, aos poucos... E sabia que a estrela estava se acendendo novamente.

Não era o suficiente, ainda. Pegou um cometa e com a sua flamejante cauda, que mais parecia uma calda, azul pintou aquela obra.

"Ufa!" pensou o rapaz. Mas ainda faltava o toque final. A estrela viu o seu trabalho e virou-se para ver aquilo. E quando o fez, revelou um anjo, cheio de graça e luz, com a face um pouco triste. Ele viu aquilo e ficou sem entender do que se tratava... Era bonito, mas qual era o propósito?

- Somente para chamar sua atenção, Anjo meu - disse o rapaz, que tinha lágrima nos olhos - Queria que me visse...
- E estou te vendo - disse o Anjo, que mais parecia uma anja, tamanha a delicadeza e feminilidade de suas expressões - O que desejas?
- O que eu desejo, Anjo meu, é maior do que qualquer ser vivo, morto ou cósmico. O que eu quero é uma das formas mais puras e intactas de amor. O que eu quero é a luz que perfura a escuridão...

Então, desabando em lágrimas, mas com um sorriso de derreter os corações mais gelados e com uma linda rosa, feita de um cristal vermelho, em mãos ele disse:

- O que eu quero de ti... é o Perdão.

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